Serpentes viperídeas são amplamente distribuídas pela América do Sul, com maior radiação ocorrendo na subfamília Crotalinae. Apesar da aparente abundância dessas serpentes ao longo da sua distribuição geográfica, alguns aspectos ecológicos permanecem desconhecidos, principalmente em áreas subtropicais. No presente estudo, avaliamos a atividade (diária e sazonal) e o uso do ambiente por Bothrops diporus, B. jararaca e B. jararacussu, em uma área de Mata Atlântica, no sul do Brasil. Observamos maior incidência de viperídeos durante os meses com temperaturas mais altas, enquanto nenhuma serpente foi encontrada durante os meses de menores temperaturas. Os dados sugerem a temperatura mínima como a variável ambiental com maior influência na atividade sazonal dessas espécies. Considerando a atividade diária, observamos uma tendência das serpentes evitarem os horários com temperaturas mais altas. Bothrops jararacussu tendeu a evitar áreas mais abertas, sendo registrada apenas dentro e na borda da mata. Comparamos nossos resultados com estudos prévios realizados em áreas tropicais, e sugerimos a atividade sazonal observada como uma resposta evolutiva, apesar de influenciada por diferentes variáveis ambientais, de acordo com a região de ocorrência.
Viperid snakes are widely distributed in the South America and the greater distribution range of the family is found at the Crotalinae subfamily. Despite the abundance of this snakes along their geographic distribution, some ecological aspects remain unknown, principally at subtropical areas. In the present study, we evaluated the activity (daily and seasonal) and the use of the habitat by Bothrops diporus, B. jararaca andB. jararacussu, in an Atlantic Forest area at southern Brazil. We observed higher incidence of viperid snakes during the months with higher temperatures, while no snakes were found during the months with lower temperatures. The data suggest the minimum temperature as environmental variable with the greatest influence on the seasonal activity of this species. Considering the daily activity, we observed a tendency of snakes to avoid the warmest hours. Bothrops jararacussu tend to avoid open areas, being registered only inside and at the edges of the forest. We compared our results with previous studies realized at tropical areas and we suggest the observed seasonal activity as an evolutive response, despite the influence of the different environmental variables, according to the occurence region.